19.3.09

Aula nº 13

Para variar, cheguei quase 40 minutos atrasada. E tive um grande desastre! Na última aula o Nicola repartiu em frascos o garrafão de tinta da china que o pessoal comprou a meias, e desconfio que o meu estava roto! Assim que tirei a mala com o material de desenho do carro, vi que estava a transbordar tinta por todo o lado, e a minha roupa ficou toda preta. Já para não falar do meu carro e material de trabalho (enquanto arquitecta)... Agora as minhas botas de obra passaram de castanhas a estampadas!
Bem, os primeiros 15 minutos da aula foram a lavar roupa e material, porque esta tinta não sai depois de seca...
ACABARAM-SE AS EXPERIÊNCIAS COM TINTA DA CHINA! A partir de agora uso guache preto!
O pessoal estava a fazer desenhos lentos de quem estivesse à frente. Eu desenhei o Giancarlo. Os primeiros esboços foram fracos, porque fiquei sem inspiração depois do pequeno acidente... Mas serviram para "aquecer", e o último esquiço, apesar de inacabado, pareceu-me bastante bom. Era só carvão, não desenhei a cara dele porque a barra que usei era demasiado grossa. Mas em termos gerais acho que consegui captar bem a fisionomia do meu modelo!
Já ele, desenhou-me com uns ombros tamanho XL, o Nicola agora diz que sou sobrinha do Rambo!

Na próxima aula há modelo nu!!! Estou ansiosa, nunca fiz ao vivo, e acho que vai ser uma experiência muito boa para desenvolver o desenho da figura humana!


Rembrandt

Dos dois desenhos que fiquei de fazer na última aula, só tive tempo de fazer a reprodução do estudo do Rembrandt. Comecei à uma da manhã, na véspera de ter de o mostrar, e não fiz esboços de aquecimento antes. Também não tinha uma boa folha de papel, que não enrugasse com a aguada da tinta da china, e tive de fazer num papel de fotocópia normal...
Gostaria de ter tido tempo de fazer mais uma ou duas tentativas, depois do primeiro estudo. Apercebi-me que não é só a observação visual que me faz captar as formas, os tons e a essência dos motivos a desenhar. Preciso de "aquecer" a comunicação entre a mão e olho através de alguns primeiros esquiços mais rascas, antes de fazer um trabalho que me deixe satisfeita. Isso deve significar que estou a deixar de lado o consciente, e o aquecimento serve só para sintonizar a mão com o olho.
Fiz o desenho à pressa para não ser a única a chegar à aula sem o trabalho de casa feito. Afinal, fui a única que fez alguma coisa! O Nicola gostou do trabalho, consegui explorar vários tipos de traço, mancha e aguada diferentes. O objectivo era treinar a composição, e acho que fui mais ou menos bem sucedida.
A primeira foto é da fotocópia do desenho do Rembrandt, que o Nicola deu, e a segunda é o meu desenho.

Aula nº 12

Dia de experimentar a conjugação de materiais diferentes, em que o objectivo era fazer uma reprodução de um trabalho de um artista, mas utilizando só carvão, grafite e tinta da china. Não teria que ser absolutamente fidedigno, e qualquer um dos materiais teria que ser explorado em traço, sombra e mancha.
A mim calhou-me Schiele. Gostei de fazer o desenho, até não saiu muito mal. Mas tenho muita dificuldade em manejar o pincel e a aguada, sem estragar o resto do desenho...
Levámos trabalho para casa: fazer o mesmo tipo de trabalho a partir de um desenho do Rembrandt, e eu fiquei com o extra de fazer outro desenho do Schiele.

Aula nº 11

Hoje cheguei uma hora atrasada! Fiquei a trabalhar até tarde... Mas fui à aula, iria nem que chegasse nos últimos 15 minutos! Já basta não ter tempo para desenhar durante o resto da semana...
O pessoal estava a treinar perspectiva, e sentei-me imediatamente para começar um desenho mais lento, de uma panorânima de uma parte do atelier.
Como não tive tempo para "aquecimento" com esboço rápido, o desenho não saiu tão bem como gostaria, e ficou meio inacabado. Mas o Nicola acha que o meu traço está menos viciado, mais confiante e solto. Exceptuando, claro, o pequeno pormenor de uma janela no portão ao fundo, que abre "de lado", e mostra que qualquer coisa falhou na perspectiva...


7.3.09

Aula nº 10

Esboços rápidos. gestuais, do Nicola e do Luís, que partilha com ele o atelier. A maior parte dos desenhos foi feita sem podermos olhar para a folha de papel (!). Assustei-me, e nos primeiros fiz batota. É verdade que os desenhos feitos sem olhar para a folha não se parecem com nada, mas curiosamente gostei muito do tipo de traço que fiz, muito espontâneo, quase uma linha única a dançar no papel. Trata-se de desligar o consciente e explorar a relação visceral entre a mão e o olho.
Nos dois desenhos que fiz depois, com mais tempo e já a poder olhar para a folha, dos braços do Nicola, consegui utilizar um pouco mais dessa liberdade, e gostei do resultado final.
Estou maravilhada com os progressos, porque se há uns anos desenhava alguma coisa de jeito, nunca o fiz com a qualidade e liberdade da expressão que estou a conquistar tão rapidamente.
Olho para os desenhos da Lucília e do Giancarlo, que claramente manifestavam, na primeira aula, dificuldades tremendas a fazer o que quer que fosse, e ainda fico mais surpreendida!





Aula nº 9

Não tenho feito nada, a última vez que desenhei foi há uma semana, na última aula. Entretanto, só trabalhei, trabalhei, trabalhei... Sinto-me mais perra, é mesmo importante treinar a mão entre aulas.
Cheguei atrasada. Já estava toda a gente em posição para começarmos a desenhar os pés uns dos outros. Exercício aparentemente fácil, mas que tinha mais subtilezas do que previ.
Um dos desenhos que fiz, que achava estar melhor, porque mais acabado, foi unanimemente criticado pelo Nicola e pelo resto do pessoal, porque não tinha o mesmo dinamismo do que o esboço rápido anterior. Era um desenho dos sapatos funky da Lucília.
Gostei do desenho que fiz dos sapatos do Giancarlo. Ando mais preguiçosa (sempre fui um bocado...), e aborrece-me estar com muito trabalho de sombra e perfeição. Neste caso, como as calças e os sapatos dele eram pretos, em vez de trabalhar os tons e esbater as transições entre zonas pretas e zonas um pouco mais claras, pintei o desenho com riscos vincados, e acabou por ficar com mais expressão.
O objectivo era não tanto retratar fielmente os sapatos, mas mais captar a expressão deles. Ou seja, embora a folha apresente umas pernas cortadas e uns sapatos anónimos, quase se adivinha que tipo de pessoa os está a calçar.


Aula nº 8

Hoje não fui à aula... sniff
Fiquei a trabalhar até às tantas...

Aula nº 7

Hoje foi dia de desenho com tempo, para corrigir perspectiva. O motivo era livre, quaquer coisa no atelier, desde uma zona da sala grande, até objectos mais pequenos. Escolhi barra de grafite para fazer um canto com um estirador de madeira e um cadeirão em pele. Também trabalhámos claro-escuro.
A minha perspectiva está a sair melhor, antes tinha tendência a deixar "cair" as linhas orientadoras do desenho, sobretudo as que estão na parte esquerda da folha, e isso acabava por me fazer aumentar e entortar a dimensão real dos objectos. Hoje não me saí muito mal...
Comecei com esboço rápido em mancha para colocar os objectos todos no sítio, depois de ter desenhado os limites da parede e do chão. Mas à medida que o desenho evoluiu, fui detectando erros de perspectiva que tentei corrigir o melhor possível.
Um dos erros clássicos´em perspectiva é começar a pormenorizar antes de se ter metido tudo no sítio, com esboço rápido. Focalizamo-nos em detalhes, e perdemos a noção do conjunto e das relações reais de escala e posição. E às tantas o desenho torto já começa a parecer-nos igual ao motivo... Portanto, devemos corrigir sempre, e ir pormenorizando a cena toda com o mesmo grau de pormenor, em vez de nos focarmos num aspecto particular. Por isto é que o meu estirador acabou por ficar com um tampo duplo fictício, quando percebi que estava mal posicionado em relação aos outros objectos...